Jovens lideram revolta histórica no Nepal contra desigualdade e censura; nova ministra é escolhida pelo povo via Discord
Responsável: Prof. Gordon
Jovens nepaleses lideraram, entre os dias 8 e 9 de setembro, uma revolta histórica contra o governo marcada por protestos violentos e incêndios em prédios públicos, após o bloqueio das redes sociais e diante da crescente desigualdade social no país. A crise resultou na morte da esposa do ex-primeiro-ministro e levou à eleição interina da nova ministra, Sushila Karki, escolhida pelo povo por meio do aplicativo Discord.
Entre os dias 8 e 9 de setembro, o Nepal foi palco de uma revolta sem precedentes liderada por jovens indignados com a profunda desigualdade social e a repressão do governo. O estopim da revolta foi o bloqueio das redes sociais, medida adotada pelo governo sob a alegação de “preservar a liberdade de expressão” — o que gerou o efeito contrário: protestos intensos e violentos por todo o país.
A frustração acumulada já vinha de longa data. Segundo o Banco Mundial, os 10% mais ricos da população nepalesa ganham mais de três vezes a renda dos 40% mais pobres. O país, que só se tornou uma república democrática em 2008 após uma guerra civil de 10 anos contra a monarquia. Em um dos episódios mais dramáticos, manifestantes incendiaram a sede do governo, o que resultou na morte da esposa do ex-primeiro-ministro — um marco simbólico do colapso da velha ordem política.
Após o levante e a queda do antigo governo, o país passou por uma votação interina para escolha de uma nova liderança. Em um gesto inédito, os próprios cidadãos organizaram a votação por meio do aplicativo Discord, plataforma popular entre os jovens, refletindo o desejo de ruptura com as estruturas políticas tradicionais. Sushila Karki, conhecida por sua atuação anterior como juíza da Suprema Corte, foi eleita como nova ministra interina, representando a esperança de uma nova era democrática e participativa no Nepal.
A revolta não apenas expôs as feridas sociais do país, mas também marcou o início de um novo capítulo político, no qual a juventude se coloca como protagonista de seu próprio futuro.
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